As temperaturas durante o dia nunca passam de zero e despencam ao anoitecer
Uma espécie de rato sobrevive em um local inóspito, o topo do vulcão Llullaillaco que tem 6.700 metros de altura, que fica na fronteira entre o Chile e a Argentina, ‘mais alto do que qualquer mamífero poderia viver.’ Os dados são de uma pesquisa publicada nesta semana. Os ventos são intensos e nenhuma planta vive no local. As temperaturas durante o dia nunca passam de zero e despencam ainda mais ao anoitecer.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Science, na segunda-feira (23), os níveis de oxigénio são apenas 40% daqueles ao nível do mar, considerado super baixo para os mamíferos viverem. Algo que mudou após biólogos encontrarem um rato vivo com orelhas de folha.
“A equipe encontrou outros ratos com orelhas de folha em topos de vulcões adicionais, e estudos genômicos desses habitantes do cume e de seus parentes de altitude mais baixa confirmam que os roedores vivem a quase 7.000 metros acima do nível do mar, tornando-os os vertebrados com maior altitude encontrados até agora”, detalha a pesquisa. A equipe também encontrou cinco outras espécies de ratos que vivem acima de 5.000 metros em várias montanhas dos Andes Centrais.
Estudos de que alguns roedores poderiam viver em altitudes ainda mais elevadas surgiram há 50 anos, quando arqueólogos que estudavam locais religiosos incas nos cumes das montanhas dos Andes encontraram ratos mumificados pelo frio seco.
“Mas os pesquisadores presumiram que os roedores não eram locais e, em vez disso, pegaram carona com os incas que visitavam os locais remotos.”
Para os humanos, as noites extremamente frias e os baixos níveis de oxigênio dificultavam o sono e a concentração e retardavam o progresso. Mesmo assim, “em cada novo lugar temos uma nova mistura de espécies”, diz Storz. “É um pouco como as profundezas do oceano.”