Polícia Civil aponta que a namorada dele colocou no brigadeiro 60 comprimidos de Dimorf e Clonazepan

Suspeita de matar namorado envenenado com brigadeirão mantinha dois relacionamentos, segundo a polícia do RJ | CNN Brasil

Suspeita de matar namorado envenenado com brigadeirão mantinha dois relacionamentos, segundo a polícia do RJ | CNN Brasil

Créditos: CNN Brasil

A investigação da Polícia Civil revela a frieza da psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, suspeita de matar o namorado, Luiz Marcelo Ormond, 45, com um brigadeirão envenenado. Em entrevista ao Fantástico desse domingo (9), o namorado da ‘Cigana Esmeraldas’, suspeita de planejar o crime, disse que a psicóloga disse, em mensagem, que Luiz estava ‘mortinho’

“Ela chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem para ela assim: ‘eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho’”, disse ao Fantástico.

O corpo do empresário foi achado no sofá do apartamento em avançado estado de decomposição, no dia 20 de maio, após vizinhos sentirem cheiro ruim e acionarem o Corpo de Bombeiros. A psicóloga e Luiz Marcelo moravam juntos em um apartamento na Zona Norte do Rio de Janeiro desde abril de 2023, após se relacionarem entre 2013 e 2017.

A investigação da Polícia Civil aponta que a namorada dele colocou no brigadeiro cerca de 60 comprimidos diluídos do medicamento Dimorf, que tem morfina como base, além de comprimidos de clonazepan, um calmante. Um equipamento, que começou a funcionar aqui há oito meses, identificou as substâncias no corpo de Luiz Marcelo. Sem máquina, a polícia ressalta que investigação dificilmente caminharia com a rapidez necessária.

Ao Fantástico, a defesa de Suyany Breschak disse que não vê nenhuma motivação para o homicídio da vítima, uma vez que Suyany no máximo tinha interesse financeiro. Já defesa de Júlia Pimenta vai ser pronucniar depois de analisar documentos

Entenda o crime

Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio. Câmeras de segurança flagraram Júlia e Luiz Marcelo no dia da morte do empresário. As imagens, gravadas pelas câmeras de monitoramento do prédio onde o casal morava, no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, flagraram a vítima com o doce em mãos, dentro do elevador.

A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.

O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.

No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.

Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir, o corpo do empresário foi encontrado no apartamento. Vizinhos chamaram a polícia após sentirem um cheiro forte no local.

Pertences do empresário foram vendidos

Durante as investigações, a polícia descobriu que o veículo da vítima foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. O homem que comprou o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pelo empresário, transferindo o bem.

Com o mesmo homem que comprou o veículo foram encontrados o telefone celular e o computador do empresário. Ele foi preso em flagrante por receptação. A partir daí, os policiais chegaram à cigana Suyane Breschak que confessou ter ajudado a dar fim aos pertences de Luiz.

Contra Suyane, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). Já a Julia se entregou no dia 4 deste mês.

Suyany Breschak se apresentava como Cigana Esmeralda na internet e fazia sucesso nas redes sociais, em uma delas a mulher tinha quase 700 mil seguidores. Na descrição do seu perfil, ela dizia ser “cigana legítima de berço”. Suyany chegava a cobrar até R$ 1.000 para fazer uma “amarração do amor”. À polícia, a mulher disse que Júlia estaria devendo R$ 600 mil a ela, por isso a ajudou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *