Manifestantes afirmam que guarda municipal envolvido em acidente não prestou socorro, mas boletim de ocorrência contradiz alegação
Protesto terminou em confusão
Renato Rios Neto/Itatiaia
Motociclistas e familiares realizaram, na noite desta segunda-feira (26), um protesto por conta da morte de um homem de 29 anos que morreu nesta manhã após bater sua moto em um carro conduzido por um agente da Guarda Municipal de Belo Horizonte. A manifestação terminou com princípio de confronto e confusão (veja mais detalhes do caso no fim da matéria).
Parte dos manifestantes acusa o guarda, que não estava em serviço, de ter fugido do local do acidente e não ter prestado socorro. Porém, o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar cita justamente o contrário, afirmando que o agente esperou no local e ainda passou pelo teste do bafômetro, que deu negativo.
O protesto, que reuniu dezenas de motociclistas, travou o trânsito na Avenida dos Andradas, no bairro Vila São Rafael, perto do local do acidente. A manifestação foi acompanhada por guardas municipais e policiais militares. De lá, o grupo seguiu para dentro do bairro, em direção a uma unidade da Guarda Municipal, onde houve princípio de confusão. Os militares precisaram utilizar gás de pimenta para conter os manifestantes. CLIQUE AQUI e veja o vídeo do protesto.
Motociclista morre na Avenida dos Andradas
O motociclista de 29 anos morreu na manhã desta segunda-feira (26) após bater sua moto em uma caminhonete conduzida por um guarda civil municipal na Avenida dos Andradas, altura do bairro Vila São Rafael, na região Leste de Belo Horizonte. Aos militares, o guarda disse que estava em seu carro particular, a caminho do trabalho, quando parou na faixa da esquerda para realizar um retorno. Ele alega ter conferido se não havia nenhum veículo se aproximando antes de fazer a conversão, porém, ao entrar na rua Ana de Sá, foi surpreendido por um motociclista, que acabou atingindo a lateral da caminhonete.
O guarda teria desembarcado para socorrer o motociclista, que estava inconsciente. Após a chegada das viaturas da Polícia Militar, Guarda Municipal e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o agente decidiu aguardar em um local próximo ‘devido ao seu estado emocional e da aglomeração de pessoas’. O guarda fez o teste do bafômetro, que não apontou presença de álcool no sangue.
Um perito da Polícia Civil que esteve no local encontrou três recipientes cheios de cocaína com a vítima, além de um pino vazio e R$ 238,00 em dinheiro. A vítima não portava documentos, mas seu corpo foi identificado por familiares. De acordo com o boletim de ocorrência, o guarda envolvido no acidente acompanhou o atendimento à vítima e foi levado para o Departamento de Trânsito (Detran) na sequência.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte reafirmou que o agente estava em seu carro particular, seguindo para o trabalho, quando teve o veículo atingido pela moto: ‘ele permaneceu no local, tomando as medidas necessárias para o socorro ao motociclista, que infelizmente faleceu. A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar e encaminhada para o Detran’.