Acusado é ex-policial militar e não apresentou as notas fiscais das garrafas, que apresentavam sinais de adulteração; polícia pede que pessoas que tiveram sintomas de intoxicação façam o boletim de ocorrência

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Polícia ainda não confirma que substância foi a responsável pela morte das vítimas em Betim

O homem de 58 anos preso suspeito de whisky adulterado em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, é ex-policial militar e possui um ‘mercadinho de bairro’ no Citrolândia, onde vendia as bebidas alcoólicas. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (19).

O investigado é dono de um mercadinho onde vende vários tipos de produtos, fornecendo desde itens de papelaria e alimentação até bebidas alcoólicas. Segundo Marcelo Cali, delegado regional de Betim, o suspeito não apresentou notas fiscais dos produtos nem comprovou a origem, o que levantou a suspeita dos investigadores. Porém, até o momento, não é possível dizer que as bebidas encontradas no local foram as responsáveis pelos nove casos de intoxicação e duas mortes.

“Não podemos afirmar isso, considerando que precisa do laudo pericial do líquido das garrafas. Mas as embalagens foram adulteradas, sim, é nítido. Até a entrada original da bebida foi reutilizada.”

O suspeito foi reformado da corporação durante a década de 1990 e vai responder pelo crime normalmente, sem nenhum benefício penal. Ele possui histórico de “crimes de menor potencial”, segundo o delegado. A Polícia Civil pede que os moradores da região que tenham apresentado sintomas leves após ingerir bebidas alcoólicas registrem o boletim de ocorrência. Além disso, se possível, é bom preservar a bebida ingerida.

Whisky artesanal em Betim

O primeiro paciente chegou ao Hospital Regional de Betim na terça-feira (12) e morreu na quarta (13). A segunda morte foi confirmada pouco depois. Outros pacientes internados na mesma semana relataram aos médicos que ingeriram um tipo de “whisky artesanal”.

A Vigilância Sanitária municipal fiscalizou 10 estabelecimentos na região do Citrolândia, onde moravam as vítimas, mas não encontrou a bebida. O caso segue sendo investigado pela Secretaria Municipal de Saúde, que pediu aos médicos para monitorarem outros casos com os mesmos sintomas.

O caso é acompanhado pela Polícia Civil e pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

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