Especialista explica os fatores que impulsionam os valores e afirma que não há previsão de retorno aos preços antigos
O calor excessivo tem sido um fator determinante na redução da produção de ovos
Diário do Comércio/Arquivo/Alessandro Carvalho
O preço do ovo registra um aumento significativo nos últimos meses, chegando a 35% em algumas regiões do país. Esse cenário é resultado de uma combinação de fatores que vão desde o aumento da demanda até questões climáticas e de produção.
O início do ano escolar e a busca por alternativas mais econômicas às carnes bovinas e outras proteínas animais têm impulsionado a procura pelo ovo. Nélio Hand, diretor financeiro do Instituto Ovos Brasil, destaca que a crise climática e os custos de produção também são variáveis que afetam o preço do produto.
De acordo com o especialista, o calor excessivo tem sido um fator determinante na redução da produção de ovos. Isso porque as altas temperaturas fazem com que as galinhas consumam menos ração e gastem mais energia para regular a temperatura corporal — resultando em uma queda na produtividade.
Além disso, o custo do milho, principal insumo na alimentação das aves, tem aumentado significativamente: em alguns estados, o preço do grão já ultrapassa os R$ 90, representando um acréscimo de até 35% nos últimos meses.
Quanto à previsão de queda nos preços, Nélio afirma que é difícil estabelecer um prazo. A chegada da Quaresma, período de maior consumo do produto, pode manter os valores elevados por mais tempo. “A demanda na Quaresma é sempre maior, é praticamente o maior período de consumo que nós temos relacionado às outras épocas do ano”, explica o diretor.
Apesar da alta, Rand ressalta que o ovo ainda é uma opção acessível em comparação a outras fontes de proteína.