Maioria dos entrevistados defende que benefício para presidiários seja extinto
Pesquisa mostra que 77,4% da população quer o fim das saidinhas temporárias de presos
Ascom/Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Pará (Seap-PA)
Mais de três quartos da população brasileira quer o fim das saídas temporárias de presídios, as chamadas ‘saidinhas’ temporárias. Os dados são da pesquisa CNT, divulgados nesta terça-feira (7).
O levantamento mostra que 77,4% dos entrevistados defendem que as saídas temporárias devem ser proibidas, uma vez que permitem que condenados não retornem para os presídios e voltem a cometer crimes.
Para 19,8% dos entrevistados as saidinhas devem ser mantidas, uma vez que incentivam o bom comportamento e a socialização dos presos.
Outros 2,8% dos entrevistados pela pesquisa CNT não souberam opinar.
A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 5 de maio, com 2.002 entrevistas feitas de forma presencial, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Veto presidencial
O projeto que proíbe as ‘saidinhas’ foi aprovado pelo Congresso Nacional, mas sua principal parte foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente vetou o trecho da proposta que impedia a saída temporária para presos que querem visitar suas famílias. A mudança era a principal estabelecida pelo legislativo e foi votada ainda no clamor de mortes de policiais provocadas por detentos beneficiados pela ‘saidinha’.
O projeto recebeu o nome de Sargento Roger Dias, em homenagem ao policial militar mineiro morto em julho por um preso do semiaberto.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski explicou os motivos do veto presidencial e disse que, apesar dos apelos da sociedade, a proibição geral do benefício atentaria contra a própria Constituição brasileira.
“Entendemos que a proibição de visita às famílias dos presos que já se encontram no regime semiaberto atenta contra valores fundamentais da Constituição, como o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio da individualização da pena e a obrigação do Estado de proteger a família”, detalhou o ministro.
O Congresso deve decidir se mantém ou derruba o veto do presidente Lula sobre as saidinhas nas próximas sessões que reunirem deputados e senadores.