Publicitário Paulo Peregrino, de 62 anos, quase foi encaminhado para cuidados paliativos

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Publicitário Paulo Peregrino comemora remissão dos tumores

Meses após precisar de morfina, de ter dificuldade de caminhar e de ter indicação para receber cuidados paliativos, o publicitário Paulo Peregrino, de 62 anos, foi às redes sociais, nesse domingo (5), para comemorar o resultado do tratamento via terapia CAR-T Cell, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em vídeo postado no Instagram, Paulo destacou que o resultado de um exame de imagem saiu no dia do aniversário do médico responsável pelo tratamento.

“Estou celebrando mais um passo em direção à cura justamente no aniversário de quem foi fundamental aqui na terra para essa caminhada continuar. Mais um Pet Scan (exame de diagnóstico por imagem capaz de detectar tumores em todos os lugares do corpo) confirmando a remissão de 100% dos meus cânceres, graças a Deus. Isso depois de dias de atraso do laboratório, que nunca havia acontecido antes”, disse o publicitário, que acrescentou:

“Até que o laudo saiu no dia do aniversário do doutor Vanderson Rocha, meu médico. Coincidência? Não acredito nisso há muito tempo. Como disse ao doutor Vanderson, é o meu presente de aniversário para ele, ou seja, para nós. Parabéns. Um passo, ou melhor, um Pet Scan de cada vez”.

Paulo foi o 14º paciente a ser tratado pela terapia CAR-T Cell pelo SUS, em São Paulo. Ele iniciou o tratamento em 2023.

A terapia CAR-T Cell é indicada no Brasil para pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Esses pacientes não responderam ao tratamento convencional (quimioterapia e o transplante de medula óssea) e ou apresentaram o retorno da doença.

Estudo

Em março deste ano, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou do lançamento do estudo clínico Car-T Cell, e destacou que o objeto da pesquisa é fazer com que o tratamento chegue à população pelo SUS e avance para doenças além da leucemia linfoide aguda de células B e do linfoma não Hodgkin de células B.

O tratamento é desenvolvido pelo Instituto Butantan, Universidade de São Paulo (USP) e Hemocentro de Ribeirão Preto e já é adotado nos Estados Unidos e em outros países, como último recurso.

Nessa forma de tratamento, as células T do paciente (um tipo de célula do sistema imunológico) são alteradas em laboratório para reconhecer e atacar as células cancerígenas ou tumorais. O termo CAR refere-se a um receptor de antígeno quimérico (chimeric antigen receptor, em inglês).

O primeiro caso de remissão da doença por meio dessa técnica no país ocorreu em 2019, mas o paciente morreu por outra causa dois meses depois do tratamento.

Reações adversas

A terapia tem se mostrado eficaz, mas, como a maioria dos tratamentos de saúde complexos, apresenta reações adversas. Na ‘guerra’ entre as células T alteradas em laboratório e o câncer, o corpo se inflama com os ‘destroços’ dos cânceres, e o paciente muitas vezes precisa ser monitorado em unidade de terapia intensiva (UTI).

Existe ainda a síndrome de neurotoxicidade imunológica, no qual o paciente pode ter problemas neurológicos, como dificuldade de escrever e de andar.

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