Jornalista de 91 anos precisou enfrentar um atentado a bomba na sede da entidade, em 1980
O jornalista Paulo Lott, de 90 anos, morreu na madrugada deste domingo (12), em Belo Horizonte. Ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Lott ganhou notoriedade por ter encampado demandas da classe durante a ditadura militar. Ele foi, inclusive, um dos presidentes do SJPMG nos tempos de chumbo.
Um dos marcantes momentos vividos por Lott à frente do Sindicato dos Jornalistas de Minas, aliás, completou 40 anos em 2023. Ele era o presidente da entidade quando a sede da organização foi alvo de um ataque a bomba. O artefato explodiu a porta de jacarandá do local. A explosão, ocorrida durante a noite, não deixou nenhum ferido.
“Lott pegou pela frente uma pauleira, enfrentada com muita coragem”, disse a ex-presidente do SJPMG, Alessandra Mello.
Paulo Lott presidiu o sindicato entre 1980 e 1981, sucedendo Washington Mello, que deixou o posto para liderar a Federação Nacional dos Jornalistas.
Além do ataque de 1980, a sede do Sindicato dos Jornalistas, em BH, também foi alvo de explosões em 1978 e 1995. Não houve feridos nos dois casos.
Lott, que morreu em casa, será velado na sede do SJPMG, na Avenida Álvares Cabral, na Região Central de BH, das 9h às 12h desta segunda-feira (13).
“Lott foi um presidente muito importante para o SJPMG. Enfrentou a censura, uma bomba e esteve sempre na defesa da democracia, dos jornalistas e da liberdade de expressão”, lê-se em nota da atual administração do sindicato, liderada por Lina Rocha.