Povo fala névoa seca

A Itatiaia foi às ruas do Centro de Belo Horizonte para ouvir como a população está enfrentando as más condições climáticas

Gabriela Paiva Corrêa e Marcello Pereira/ Itatiaia

Calorão, cheiro de queimado e encoberta por uma névoa seca: é assim que Belo Horizonte começou setembro. A baixa umidade força a população a recorrer a métodos incomuns para aguentar o tempo seco, como dormir com um balde com água e uma toalha ao lado da cama.

Na última terça-feira (3), foi registrada a temperatura máxima recorde de 34,4 °C na capital, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão do tempo de quarta-feira (4) indicou umidade relativa do ar mínima de 10%, bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 60%.

A Itatiaia foi às ruas do Centro de BH para saber como a população está enfrentando esse momento e conversou com pessoas que passavam por lá.

Daniele, de 32 anos, que trabalha fritando pastéis em uma lanchonete, diz que está “muito calorão” em Belo Horizonte. Apesar disso, diz que consegue aguentar o tempo, com hidratação com água gelada. A mulher diz que as altas temperaturas dificultam na hora de dormir, mas que não tem nenhum truque para amenizar. “Lá em casa é só aguentar o calor mesmo, não tem jeito”, afirma.

O comerciante Amantino Carlos, 64, diz que colocar uma bacia cheia de água e com uma toalha dentro é uma boa dica e brincou que só dorme “sem roupa”. Ele, que trabalha o dia inteiro no Centro, afirma que a situação está “insuportável” e que “a respiração não está boa”, e destacou o “refúgio climático” instalado pela prefeitura.

A falta de chuva também é motivo de preocupação na cidade. Sem chuvas há quase 140 dias, Belo Horizonte registra seu segundo maior intervalo de seca. Adriano Carlos Santos, de 42 anos, reclamou: “está muito quente e muito abafado. Não chove, né? Está precisando chover para refrescar um ‘bocado’”.

O agente guarda civil municipal Wander, de 45 anos, relatou que está sentindo os efeitos das altas temperaturas no Centro de Belo Horizonte. “Não é brinquedo não. Pessoal fala que inferno não existe. Estou vendo na pela agora. Está quente demais”. Ele destacou a importância da hidratação, de evitar exposição ao sol e do uso de protetor solar.

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