O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) é um hospital geral, de grande porte e alta complexidade

O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC), no bairro Milionários, região do Barreiro, em BH, utiliza uma ferramenta de Inteligência Artificial na farmácia clínica. Essa espécie de software é chamada NoHarm.

A ferramenta foi ofertada ao hospital em 2023 por uma startup que a criou. Depois de análise técnica e jurídica, o HMDCC fez um contrato com a empresa, que ofereceu o serviço totalmente de graça ao hospital que atende o Sistema Único de Saúde (SUS).

Vale lembrar que o HMDCC é um hospital geral, de grande porte e alta complexidade. Ele é oriundo de uma parceria público-privada e que atende totalmente o SUS em várias áreas, como: cirurgia geral e vascular, clínica médica, medicina intensiva, neurocirurgia, neurologia, ortopedia, psiquiatria e urologia.

Em entrevista à Itatiaia, a Diretora de Recursos Terapêuticos, Diagnóstico e Segurança Assistencial do HMDCC, Juliana Pantuza, contou que, em 2023, foram realizados diversos alinhamentos e, em 2024, a ferramenta foi testada e implementada.

“No início de 2024, a nossa equipe de farmácia clínica do CTI, da linha de cuidados com pacientes críticos, começou a experimentar a ferramenta, em janeiro. Durante uns três meses, essa equipe usou de maneira experimental, um período de ajuste. Em abril de 2024, a equipe da farmácia clínica como um todo é treinada e incorpora a ferramenta na atividade de análise de prescrição”, contou.

Ela relatou que o maior problema durante o período de adaptação era quando os funcionários tinham que realizar os dois serviços ao mesmo tempo. Mas a adaptação foi rápida à ferramenta.

Como é a ferramenta?

Segundo Juliana, a ferramenta coleta diferentes dados do paciente, como os do prontuário, por exemplo, e outras informações importantes para a análise técnica de prescrições médicas feita pela equipe da farmácia. Com esses dados, o farmacêutico consegue fazer uma análise daquela prescrição, se é necessária uma intervenção ou não.

“Isso pode ser por duplicidade terapêutica, sobredose, subdose, incompatibilidade medicamentosa, reação adversa, qualquer uma dessas situações que podem acarretar algum risco caso o medicamento seja administrado”, explicou.

Outra questão que a administração do hospital quer resolver com a IA é a farmacoeconomia. “Pensando que com essas intervenções que a equipe da farmácia clínica propõe ao médico, há uma adequação na prescrição, algumas vezes os medicamentos são substituídos, outros são suspensos. Com esse uso racional do recurso, minimiza desperdício”, disse Pantuza.

O uso da IA interfere no paciente, mas ele não vê esse processo, pois é antes de chegar até ele. A ferramenta interfere no ganho do tempo de registro dos dados dos pacientes, já que é um hospital de grande porte, com muitos dados. Até setembro, segundo a diretora, mil vidas haviam sido afetadas com a IA e, agora, o rumo é chegar aos 10 mil alcançados.

Riscos

Questionada sobre possíveis riscos da ferramenta, sobretudo em relação ao vazamento de dados, Juliana explicou que toda essa segurança de dados é pensada pela equipe responsável, e também está previsto em contrato.

“Toda vez que a gente trabalha com algum software, toda essa parte técnica de segurança de dados é considerada e também há cláusulas no contrato que consideram essa questão”, disse.

Porém, como qualquer ferramenta, ainda de acordo com ela, há um certo risco. “Mas todos os cuidados para que não haja, eles são feitos tanto no que se refere aos requisitos técnicos de tecnologia da informação, quanto a questões legais que são de formalização em contrato”, finalizou.

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