Polícia Militar investiga se o homicídio tem ligação com a guerra entre facções que atuam na região; vítima tinha passagens pela polícia
A vítima havia acabado de deixar uma criança no local quando foi surpreendida pelo atirador
Divulgação | Polícia Militar
Um homem foi morto a tiros na porta de uma creche no bairro Jardim Felicidade, na região Norte de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (18). A vítima, identificada como Yslander Junio Vieira Lopes, havia acabado de deixar uma criança no local quando foi surpreendida pelo atirador, que estava em uma motocicleta.
Segundo o tenente Fagner, do 13° Batalhão da Polícia Militar, o autor começou a atirar assim que a criança se afastou de Yslander. Mesmo depois que a vítima caiu, o autor teria chegado próximo a ela e disparado mais vezes.
Quem quer praticar o crime não olha o local. Ele aproveitou que o momento que ele (Yslander) estava com menos guarda, levando uma pessoa para a escola, para efetuar esse crime”, disse o militar.
Crime pode ter ligação com guerra entre facções
Ainda de acordo com o tenente, a vítima tinha passagens por roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Agora, a Polícia Militar investiga se o homicídio tem ligação com a guerra entre as facções Gangue do Brejo (GB) e Gangue da Rua 38, que tem tirado o sono de moradores da região.
“A gente fica sempre receoso com essa situação. A gente nunca espera que isso vá acontecer, né? Estamos sempre pedindo a Deus para nos guardar porque é um momento crítico para os moradores aqui do bairro. Já tem uns quatro meses, desde março mais ou menos, que tá acontecendo esse tipo de coisa. O bairro era bom, calmo, mas de um tempo para cá a gente tá sempre apreensivo”, disse um morador da região, que não será identificado nesta reportagem.
O homem ainda comenta sobre o medo da vizinhança em relação ao homicídio desta quarta. “A gente fica meio preocupado, né? Em um horário desse assim, de creche, um horário por volta de meio-dia, uma hora da tarde, é assustador. [Principalmente] para quem tem que deslocar com criança e tudo. A gente que é morador fica sempre preocupado com essa situação. Mas é desse jeito, só Deus para nos guardar mesmo”, lamentou.
Uma outra moradora também comentou sobre a insegurança do bairro. “É desesperador morar nesse bairro. A gente não tem segurança nenhuma, não tem polícia por perto. Então, a gente tem ficado mais dentro de casa para não correr o perigo de ser vítima de uma bala perdida. Eu não tenho segurança nem para o meu filho. É bem desesperador a gente deixar eles na escola e não saber o que tá acontecendo”, afirmou a mulher, que também não será identificada.
A Polícia Militar pede para que a população colabore com os trabalhos da corporação e denuncie os crimes na região. “A sociedade tem que confiar na Polícia Militar e, através do 181 e 190, denunciar os casos”, alerta o tenente Fagner.