Hospital João XXIII recebe mais de 500 vítimas de acidentes com motos por mês, levando à discussão sobre implementação de faixas exclusivas para motocicletas
Acidentes com motos lotam hospital em BH e intensificam debate sobre faixas exclusivas
Rovena Rosa/ Agência Brasil
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, enfrenta uma situação alarmante com o crescente número de vítimas de acidentes envolvendo motocicletas. Mensalmente, a unidade hospitalar recebe mais de 500 pacientes nessas condições, intensificando o debate sobre medidas de segurança no trânsito.
Nos primeiros 40 dias de 2025, o hospital já registrou mais de 700 atendimentos relacionados a ocorrências com motos. Esses números preocupantes têm impulsionado discussões sobre a implementação de faixas exclusivas para motocicletas como uma possível solução para reduzir os acidentes.
A Prefeitura de Betim, cidade da região metropolitana da capital, já iniciou testes com uma faixa exclusiva para motos em um trecho de três quilômetros. Esta medida piloto busca avaliar a eficácia da segregação do tráfego de motocicletas em relação aos demais veículos.
O professor de segurança no trânsito do CEFET, Aguimar Bento Teodoro, afirma que a criação dessas faixas pode aumentar a segurança dos motociclistas. “O uso da faixa exclusiva para motociclistas, ela é um dispositivo que pode sim contribuir para segurança no trânsito, evitando ou diminuindo aí a ocorrência de acidentes envolvendo motociclistas, o que precisa ser feito é um estudo que a gente chama de estudo de tráfego para ver se a via é viável a implantação desse tipo de dispositivo”, disse.
Já o coordenador do curso de arquitetura e urbanismo do IBMEC, André Prado, concorda: “A gente sabe que os motociclistas hoje andam no meio dos carros e ônibus. A faixa exclusiva vai regrar melhor o trânsito”.
Contudo, isso não vai ser implantado em todas as ruas. “A gente sabe que a gente tem alguns corredores importantes em Belo Horizonte, mas que são muito estreitos. Esse é o grande problema. Mas, por exemplo, a Pedro I, ela é uma avenida reformada relativamente há pouco tempo, tem uma largura suficiente para receber a faixa exclusiva, assim como Antônio Carlos. Já a Pedro II é estreita E dificilmente receberia uma faixa exclusiva”, acrescentou.
Em Belo Horizonte, a situação é mais complexa. A Prefeitura da capital mineira informou, por meio de nota, que as faixas exclusivas para motocicletas não estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro. No entanto, o Executivo Municipal afirmou que a Superintendência de Mobilidade da Capital está em contato com a Secretaria Nacional de Trânsito para discutir a viabilidade da implantação dessas faixas em algumas vias da cidade.