Procedimento que usa parte do DNA de salmão e truta para rejuvenescimento cresce em clínicas do Reino Unido

O chamado ‘salmon sperm facial’, tratamento estético
 que utiliza polinucleotídeos extraídos do esperma
 de salmão
 e truta
, ganha força em clínicas
 do Reino Unido
 e movimenta discussões sobre a necessidade de mais estudos e controles sanitários
. A técnica consiste na aplicação de pequenos fragmentos de DNA
 para estimular a produção de colágeno
 e elastina, com a promessa de melhorar a firmeza e a textura da pele

A popularização do procedimento tem relação direta com celebridades que divulgaram suas experiências, como a estrela de Hollywood Jennifer Aniston e Kim Kardashian. Segundo a BBC, clínicas britânicas registraram aumento consistente na procura nos últimos 18 meses. Pacientes buscam reduzir manchas, rugas, cicatrizes e outros sinais de envelhecimento. Os preços variam entre 261 e 653 dólares (cerca de R$ 1.410 a R$ 3.528) e normalmente são indicadas várias sessões para resultados perceptíveis.

Profissionais ouvidos pelo site Infobae afirmam que os polinucleotídeos podem ajudar na recuperação da pele devido à semelhança genética entre o DNA humano e o de algumas espécies de peixe.

Suzanne Mansfield, da clínica Dermafocus, afirma que o método apenas potencializa mecanismos naturais de regeneração já existentes no organismo. Apesar disso, os efeitos variam e nem sempre atendem às expectativas dos pacientes.

Pesquisas iniciais apontam benefícios na reparação cutânea, mas dermatologistas como o australiano John Pagliaro reforçam que ainda faltam estudos amplos e conclusivos sobre eficácia e segurança a longo prazo. Ele recomenda cautela até que haja evidências mais robustas.

Relatos de complicações também chamam atenção. A britânica Charlotte Bickley, de 31 anos, contou à BBC que desenvolveu inflamação e infecção após receber as injeções antes de seu casamento, além de marcas permanentes abaixo dos olhos. Especialistas explicam que os efeitos adversos mais comuns são vermelhidão, inchaço e hematomas, mas reações alérgicas, infecções e hiperpigmentação podem ocorrer quando o procedimento é realizado de forma inadequada.

A falta de regulamentação completa é outro ponto crítico. Ashton Collins, diretora da organização Save Face, afirma que a rápida chegada de novos produtos ao mercado gera dúvidas sobre qualidade e segurança. No Reino Unido, os polinucleotídeos são registrados como dispositivos médicos, mas não passam pelo mesmo rigor aplicado a medicamentos. Já nos Estados Unidos, a FDA não aprovou esse tipo de tratamento.Sophie Shotter, presidente da British College of Aesthetic Medicine, diz que oferece polinucleotídeos como mais uma opção dentro de um conjunto de terapias, mas reforça que não existe solução universal e que cada organismo reage de forma diferente. Ela alerta para a importância de buscar clínicas certificadas para reduzir riscos.

O crescimento da técnica também está ligado às tendências do mercado de skincare coreano, embora os produtos já sejam fabricados em diferentes regiões. A expectativa é de que o debate continue enquanto novas pesquisas surgem e órgãos reguladores definem normas específicas.

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