Prefeitura afirma ter intensificado as fiscalizações para enfrentar a situação

A Prefeitura de Belo Horizonte intensificou a fiscalização do transporte público nos últimos seis meses, inspecionando quase 31 mil ônibus. Apesar dos esforços, os usuários continuam insatisfeitos com a qualidade do serviço, apontando a superlotação como um dos principais problemas.
Segundo dados da Prefeitura, foram realizadas 31.929 autuações, com uma média superior a 480 veículos fiscalizados por semana. Do total, 23 veículos foram encaminhados ao pátio do Detran. As operações ocorrem em garagens, estações, pontos finais e ao longo dos itinerários.
Gabriela Pereira Lopes, diretora de planejamento e controle de mobilidade da CEMOB, detalhou as principais irregularidades encontradas: ‘A gente verifica a questão tanto do descumprimento dos horários e também das condições dos veículos. Ar condicionado que não está funcionando às vezes, algum tipo de avaria no veículo, às vezes uma porta que não está funcionando’’.
Leia também: Motociclista morre em acidente com ônibus de turismo na região de Venda Nova, em BH
Percepção dos usuários
Sebastião Hélio da Silva, de 57 anos, que trabalha na área de segurança, afirmou: ”Olha, eu vou ser sincero, não melhorou não. Os ônibus andam muito cheio’’. Ele também mencionou problemas como assentos rasgados, sujeira e portas com mau funcionamento.
Hilton Cardoso, vendedor de 64 anos, reconhece uma leve melhora, mas ressalta que ainda há muito a ser feito: ”Eu acho que tá melhorando, sim. Já foi muito pior, mas precisa melhorar muito mais’’. Para ele, a lotação continua sendo o principal incômodo.
Lucas França, auxiliar de cozinha de 25 anos, foi mais crítico: ”Bem meia boca, bem meia boca mesmo, para ser verdade. Ônibus lotado, não vale a passagem que esse cobra não’’.
Ações da Prefeitura
A Prefeitura afirma estar trabalhando na renovação da frota. Nos últimos dois a três anos, mais de 1.200 veículos novos foram adquiridos. Para os ônibus que operam na linha do MOB, há previsão de renovação de grande parte da frota no próximo ano, já que esses veículos, adquiridos em 2014, têm vida útil de 12 anos e só poderão circular até o final de 2026.