Bahia e Minas ainda estão entre os estados com mais telefones públicos ativos, segundo a Anatel

‘O orelhão foi a ponte que me fez reencontrar com o meu pai’. A frase da catadora de recicláveis Jaqueline Mota dos Santos, 36 anos, retrata bem a importância dos orelhões para milhares de brasileiros.

Moradora de Belo Horizonte, Jaqueline é natural da Bahia e tinha 14 anos quando usou o telefone público pela última vez.

Com a ajuda do Conselho Tutelar, conseguiu o número do pai e correu até um aparelho em Jiquié, Sudoeste da Bahia, para ligar. Do outro lado da linha, descobriu que ele vivia na capital mineira. A conversa, feita às pressas com um cartão de 20 unidades, marcou a mudança definitiva de sua vida.

“Na primeira vez perguntei como ele estava, por que tinha vindo para cá e como tinha chegado aqui”, relembra.

Depois da ligação, Jaqueline embarcou para Belo Horizonte, onde reencontrou o pai e os irmãos — e onde permanece até hoje.

Na semana passada, em frente à carcaça de um orelhão no Centro de Saúde Vila Leonina, na Praça do Ensino, no bairro Alpes, Região Oeste da capital mineira, ela disse que não tem celular e que, sem orelhões funcionando na cidade, precisa da ajuda de parentes para se comumicar com familiares.

“Minha mãe mora lá em Salvador, na Bahia. Aí a gente conversa pelo WhatsApp”, contou, ressaltando que a troca de mensagens ocorre por meio dos aparelhos da filha ou do marido.

Orelhões pelo Brasil

Levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), feito a pedido da Itatiaia, mostra que o número de orelhões no Brasil caiu de 1,1 milhão, em 2007, para apenas 39,2 mil atualmente.

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