A um mês do Enem professores dão dicas sobre temas importantes que podem cair na prova do Enem

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Investigação identificou responsável por vazamento da redação do Enem antes da divulgação do conteúdo da prova pelo Inep

Inep | Divulgação

A um mês para o Exame Nacional do Ensino Médio 2024 (ENEM) é importante que os estudantes estejam bem preparados para fazer a prova de redação – que, junto com matemática, é um dos cadernos que podem receber nota mil. Para muitos candidatos, tirar uma boa no texto é essencial para garantir uma vaga em cursos mais concorridos em universidades públicas.

À Itatiaia, a professora do Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais, Allana Matar Figueiredo, aponta que não é bom para os alunos que se concentrem apenas em um tema específico, ou em um tema que é uma ‘aposta’ para a prova. “Em alguns anos a gente vê que o Enem cobra algum tema que teve destaque na mídia durante o ano, mas, em outros anos, o Enem gosta de surpreender e pegar os apostadores de plantão”, esclarece.

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Contudo, ela pontua que existem alguns eixos temáticos que vem sendo esperados pelos professores e, por isso, é importante que os estudantes estejam com repertório e argumentos sobre eles na ‘ponta da língua’. “Tem bastante tempo que não cai nada ligado a meio ambiente na prova de redação do Enem, né? Eu destaco, por exemplo, a questão da crise climática, dos eventos climáticos extremos, das queimadas, da seca, do desmatamento”, pondera.

Revisão

Allana recomenda que os estudantes revisem alguns eixos temáticos principais, veja abaixo quais são:

“O ideal é que o momento de revisar o aluno pense no entre cruzamento desses eixos. Por exemplo, quando a gente pega um tema como saneamento básico, ele vai cruzar problemas urbanos, como a questão da saúde com a questão das minorias que a gente sabe que são as mais vitimizadas pela falta de saneamento. Então é interessante sempre pensar nesse cruzamento dos eixos, o que pode tornar argumentação do aluno mais produtiva e mais rica”, aconselha a professora.

Dica extra!

A Itatiaia também entrevistou o coordenador de Ensino e Inovação Sênior do SAS Educação, Vinicius Beltrão, que detalhou como alguns temas importantes para os alunos estudarem. Veja abaixo:

Esse tema é relevante para a sociedade e economia brasileira, pois o IBGE tem registrado uma queda no número de nascimentos, o que impacta a previdência social. A reforma da previdência e os ajustes fiscais já indicam uma crise. Com a diminuição do número de jovens e o aumento do número de idosos, muitos destes fora do mercado de trabalho e recebendo a contribuição previdenciária ao longo da vida, surge uma grande preocupação com o declínio de uma população jovem e ativa que possa sustentar essa população mais idosa. O envelhecimento da população influencia decisões políticas, econômicas e sociais que o Brasil precisará tomar nos próximos anos. É um tema importante para o estudante, abrangendo não apenas questões políticas, mas também sociais.

Há algum tempo o ENEM não aborda questões ambientais como tema de redação, embora estejamos enfrentando uma crise climática global. Além dos impactos sociais, eventos recentes, como a situação no Rio Grande do Sul e a ajuda de outros estados, destacam a relevância social do tema. A crise climática também afeta o PIB mundial, com estimativas de uma redução de 19% da renda global devido às medidas de combate ao aquecimento global. O Brasil, cujo PIB depende do agronegócio, será fortemente impactado, o que traz à tona discussões sobre energias renováveis, maiores investimentos e pesquisa. Também enfrentamos a busca por energias renováveis, que envolve maiores investimentos e tempo de pesquisa. Assim, espera-se que gastemos mais e produzamos menos. Essa é a grande discussão que tem pautado reuniões, cúpulas e debates entre países em todos os cenários globais, pois afeta a todos nós. Portanto, é uma pauta ambiental com um envolvimento político, econômico e social muito forte. Vale a pena estudá-la, não só como tema de redação, mas também nas questões que podem surgir no ENEM nos próximos anos.

A inteligência artificial tem sido abordada não só no ENEM, mas também em outros vestibulares e exames. A Unicamp e a USP, por exemplo, exploraram questões sobre esse tema no ano passado. É interessante pensarmos na inteligência artificial como uma ferramenta que pode auxiliar na redução do excesso de trabalho e da sobrecarga. Com a automação de diversas tarefas por meio de IA, as pessoas ganham mais qualidade de vida e tempo valioso. Assim, podemos considerar a IA como uma alternativa para reduzir o burnout dos profissionais no mercado de trabalho. Por outro lado, ela também pode trazer certo comodismo, já que, ao contar com uma inteligência artificial que produz por nós, podemos obter resultados de qualidade inferior e não alcançar as expectativas desejadas, o que gera dependência. Portanto, esse é um tema ao qual o estudante ou candidato deve se dedicar, pois, além de apresentar aspectos positivos para nossa vida cotidiana, também pode representar certos riscos.

As gerações mais jovens, especificamente a geração Y (Millennials) e a geração Z, estão mais conscientes de suas dores, possibilidades e incapacidades, o que tem contribuído para um aumento nos índices de depressão. Vários fatores são responsáveis por isso, incluindo a pandemia, solidão, ansiedade social, a pressão das redes sociais sobre o conceito de sucesso, a frustração profissional e preocupações globais. Além disso, o elevado custo de vida atual e as projeções para os próximos anos intensificam a sensação de fracasso e a pressão por uma maior profissionalização, especialmente diante da dificuldade em ter recursos financeiros para viver. Assim, viver atualmente está se tornando cada vez mais caro e desafiador, e os problemas sociais estão se agravando, deixando as pessoas mais desesperadas e apreensivas. As redes sociais, que muitas vezes servem como vitrine para o sucesso dos outros, geram questionamentos sobre os erros na carreira e a solidão. Esses fatores têm levado a um aumento na busca por psicólogos e terapia, à medida que as pessoas tentam aprender a lidar com problemas que não conseguem resolver sozinhas, exacerbando a ansiedade e a depressão, especialmente entre as gerações que emergiram no final dos anos 90 até os dias atuais.

Outro tema bastante interessante é explorar as políticas públicas, que o Enem sempre fez muito bem, mas possivelmente entender a política pública ou as políticas públicas envolvidas com o esporte. O recente sucesso da ginástica olímpica brasileira nas Olimpíadas destacou a representatividade do país e fomentou o debate sobre o investimento em atletas, questionando se a bolsa atleta oferece condições adequadas para que os esportistas se dediquem integralmente. Comparações com países como Estados Unidos e China, que investem fortemente em seus atletas e ganham muitas medalhas, também levantam questões sobre o impacto desse investimento na economia, na visibilidade internacional e na articulação de políticas sociais. O debate vai além da bolsa atleta, envolvendo a necessidade de incentivo para que novos talentos surjam em várias regiões do Brasil. Esse esforço abrange educação, esporte e a economia, já que o setor esportivo também beneficia o país economicamente. Iniciativas privadas, como clubes que investem em futuros atletas, também desempenham um papel crucial. O esporte, visto como política pública, tem o potencial de não apenas criar novos medalhistas olímpicos, mas também de melhorar a visibilidade internacional do Brasil e reforçar o sentimento de nacionalismo e patriotismo. Além disso, o impacto positivo do esporte na economia é um ponto significativo a ser considerado.

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