Suspeita contou que havia pensado em abortar e tentou esconder a gravidez o tempo todo; mas, quando percebeu que o parto era inevitável, preparou o chão do quarto para o nascimento no último domingo (25)
Polícia Civil foi acionada no local e investiga abandono e morte do recém-nascido em rua da região Norte de BH
Clarissa Guimarães/ Itatiaia
Uma mulher de 35 anos foi presa em Belo Horizonte, suspeita de ser a mãe do bebê recém-nascido encontrado morto em meio ao lixo no bairro Minaslândia, na região Norte da capital, na última quinta-feira (29).
Segundo a Polícia Militar (PMMG), os agentes chegaram até a suspeita por meio dessas denúncias. “Inicialmente, ela, de forma bastante fria, afirmou que não sabia de nada, que apenas tinha ouvido falar do caso e achava a história estranha”, relatou o tenente Wilson, do 13º Batalhão da PM, responsável pela ocorrência.
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No entanto, em um segundo momento, a mulher confessou o crime. “Ela relatou que deu à luz por volta de 00h domingo”, disse o militar. “Contou que havia pensado em abortar e tentou esconder a gravidez o tempo todo. Mas, quando percebeu que o parto era inevitável, preparou o chão do quarto para o nascimento.”
De acordo com o relato da PM, a mulher afirmou que “não quis saber se o bebê estava vivo ou morto”. Após o parto, ela teria enrolado o recém-nascido em uma manta, colocado em um saco de lixo e deixado o pacote no ”quarto de deixar o lixo’’ até a terça-feira (27) de manhã, quando o colocou na porta de casa para ser recolhido pelo serviço de limpeza urbana (SLU).
Antes que o SLU fizesse a coleta, um catador de materiais recicláveis passou pelo local. “Ele pegou o saco de lixo, que estava coberto por outra sacola amarela, e o levou para casa”, informou a polícia. O catador relatou que o saco exalava mau cheiro, mas que não percebeu que havia um corpo dentro.
Na madrugada de quinta, ele moveu o saco para outro local. “Foi então que os trabalhadores da limpeza urbana notaram que havia um bebê recém-nascido no lixo e acionaram a polícia.”
O tenente Wilson explicou que o homem visto em imagens deixando o corpo onde foi encontrado era o catador. “Ele disse que apenas sentiu o mau cheiro, mas não sabia que se tratava de um cadáver.”
Ainda segundo o tenente, não há indícios, até o momento, de ligação entre a mulher e o catador. A suspeita foi encaminhada para a delegacia.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento.