Os quatro médicos estavam no Rio para um congresso internacional de ortopedia
Apesar do governo do estado ter anunciado uma coletiva de imprensa para dar esclarecimentos sobre a morte dos três médicos, baleados na madrugada desta quinta-feira (05), na Praia da Barra da Tijuca, zona oeste do rio, policiais envolvidos nas investigações fizeram apenas um pronunciamento, que levou menos de 10 minutos.
Primeiro a falar, o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado José Renato Torres, disse que acredita que a instituição em breve conseguirá dar uma resposta em breve sobre o ocorrido.
“Nesta madrugada eu estava no interior do estado com o governador Cláudio Castro, quando tomamos conhecimento desse fato grave. Retornei ao Rio de Janeiro, ele conversou com o Ministro da Justiça e entendemos que nos temos que ter uma cooperação e integração para dar uma solução mais rápida para esse bárbaro crime.”
Leia também:
- Vídeo mostra médicos sendo executados Rio de Janeiro
- Testemunha detalha momento da execução de médicos no RJ
- Perícia nada encontrou de relevante nos quartos dos médicos assassinados na Barra da Tijuca (RJ)
Também se pronunciaram, sem dar detalhes das investigações, o delegado Henrique Damasceno, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa e o delegado da PF, João Paulo Garrido, que falou da cooperação da instituição com a polícia civil:
“Por ordem do diretor-geral da PF e do Ministro da Justiça, Flávio Dino, a Polícia Federal, desde as primeiras horas, está atuando em cooperação com a polícia civil e todos os recursos necessários a PF está a disposição para colaborar no caso.”
Nenhuma das autoridades falou se o crime tinha motivação política nem deu detalhes das investigações.
O caso está sendo investigado pela delegacia de Homicídios do Rio, com colaboração das equipes de São Paulo e também da Polícia Federal. A principal hipóteses é que os médicos tenham sido vítimas de uma execução, já que nada foi roubado.
O episódio aconteceu na madrugada desta quinta-feira, em frente ao hotel Windsor, onde as vítimas estavam hospedadas. Quatro médicos ortopedistas de São Paulo estavam sentados num quiosque quando homens armados e de roupa preta saíram de um carro atirando contra as vítimas. Três médicos morreram na ação, entre eles Diego Ralf Bomfim, 35 anos, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL).
Um quarto médico Daniel Proença, 32 anos, conseguiu sobreviver. Ele foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na barra, onde passa por uma cirurgia e tem estado de saúde grave. Os médicos estavam no rio para um congresso internacional de ortopedia que começou hoje e vai até sábado.
Quem são os médicos
Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, que era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, morreu na hora. Ele faria 63 anos semanas que vem.
Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, também morreu na hora. Ele era especialista em ortopedia no Hospital das Clínicas da USP e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Diego Ralf Bomfim, 35 anos, chegou a ser encaminhado ao hospital municipal Lourenço Jorge, na barra, mas não resistiu e também morreu. Ele trabalhava na casa de saúde santa Marcelina em São Paulo.