A esposa de Rômulo Anderson Barbosa, de 46 anos, chegou a denunciar o desaparecimento do marido em 2021; corpo foi encontrado após prisão dos suspeitos

viatura da polícia civil

Polícia Civil revelou a dinâmica do crime nesta terça-feira (9)

Divulgação/Polícia Civil de Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais revelou, nesta terça-feira (9), que os verdadeiros assassinos de Rômulo Anderson Barbosa, de 46 anos, encontrado morto em 26 de março deste ano, são a esposa, de 42 anos, e o amante dela, de 45. O casal teria assassinado a vítima com golpes na cabeça em 14 de junho de 2021, em Belo Horizonte. Após o crime, a mulher chegou a comparecer a uma delegacia para denunciar o desaparecimento de Rômulo.

Segundo a polícia, as contradições no depoimento da mulher fizeram com que os policiais desconfiassem dela. O delegado Alexandre Oliveira da Fonseca detalhou o caso.

“Identificamos que ela prestou informações falsas sobre o último contato com o marido. Ela disse que o último contato foi às 15h do dia 14 de junho. Mas comprovamos que isso não é verdadeiro. O Rômulo ligou para ela às 17h do mesmo dia. A partir daí a gente percebeu que a mentira dela tinha relação diretamente com o desaparecimento da vítima e iniciamos as investigações”, disse.

Fonseca ainda afirma que a mulher passou a apresentar um comportamento estranho durante as investigações. “Ela estava sorridente durante as entrevistas com as equipes. Um comportamento não condizente com quem acabou de”, comenta.

De acordo com a chefe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), a delegada Ingrid Estevam, os suspeitos vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. As penas podem variar entre 15 e 20 anos de prisão.

Traição motivou o crime

Durante as investigações, os policiais descobriram que a mulher tinha um amante, que alugava um imóvel nos fundos da casa do casal. Os suspeitos assumiram o relacionamento um mês após o crime.

De acordo com o delegado, a mulher e o amante teriam decidido matar o homem após ele descobrir a traição. “Com a descoberta, um dia antes de desaparecer, o homem decidiu se separar da esposa. Ele também ameaçou que retiraria ela e os filhos da casa que moravam e os ‘devolveria’ para a sogra. Ele também prometeu despejar o amante da casa dos fundos”, explicou.

Para Fonseca, as ameaças e o desejo dos suspeitos em assumirem um relacionamento, além de se apropriarem de bens materiais foram cruciais para o homicídio da vítima, que foi golpeada na cabeça enquanto dormia.

Corpo foi desovado em mata

Após ouvir o depoimento da ex-esposa do amante, a polícia descobriu que os filhos do amante viram a movimentação no local do crime. O suspeito chegou a falar para eles que iria matar Rômulo com uma picareta. A partir dos relatos, os suspeitos foram presos temporariamente em 26 de março deste ano.

“Durante interrogatório, eles confessaram parcialmente o crime e indicaram o local onde o corpo foi desovado: uma mata no bairro Padre Miguel, em Santa Luzia, área limítrofe com o local do crime, cometido no bairro Ribeiro de Abreu, em Belo Horizonte”, detalhou Fonseca.

De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal, o corpo encontrado possuía características semelhantes às da vítima. Os legistas identificaram que a causa do óbito foi um traumatismo cranioencefálico. A família também reconheceu uma pulseira que pertencia à vítima e foi encontrada junto ao corpo.

À polícia, o amante confessou que atingiu a cabeça de Rômulo com três pancadas.

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