Doença sexualmente transmissível cresce entre jovens e preocupa por também afetar gestantes e recém-nascidos

A cada mês, mais de 21 mil pessoas são diagnosticadas com sífilis no Brasil. Somente no ano passado, foram 256 mil casos e 183 mortes registradas em todo o país, segundo o Ministério da Saúde. Os números são tão alarmantes que o Governo Federal lançou uma campanha nacional de enfrentamento à sífilis.Em Belo Horizonte, a situação também preocupa. Em 2024, mais de 5 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. Neste ano, até o momento, já são mais de 4 mil casos confirmados, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por uma bactéria e tem como principal sintoma o aparecimento de feridas nas partes íntimas.

De acordo com o infectologista Estevão Urbano, o aumento expressivo de casos está ligado ao relaxamento no uso da camisinha — único método capaz de prevenir a transmissão da doença.

“Com a melhoria no tratamento do HIV, as pessoas perderam um pouco o medo de fazer sexo sem camisinha. Muitas usam a PrEP, que é a prevenção medicamentosa contra o HIV, e se sentem seguras. Mas esquecem que existem outras infecções sexualmente transmissíveis. Isso gera uma falsa sensação de segurança e tem levado ao aumento da sífilis”, explica o médico.

Estevão an reforça que o uso do preservativo continua sendo essencial.“A camisinha é absolutamente protetora e evita doenças que podem ser muito severas e comprometer a vida da pessoa. Em todas as circunstâncias, o uso da camisinha é fundamental.”O especialista também chama atenção para o risco da transmissão da sífilis de mãe para filho durante a gestação ou no parto.

“Mesmo quando a doença está na forma latente, sem sintomas, ela pode ser passada para o bebê. Por isso, é importante que todas as gestantes façam o exame, que é solicitado em consultas de pré-natal. Quando tratada a tempo, a chance de transmissão é muito pequena”, destaca.Em Belo Horizonte, os 153 postos de saúde oferecem testes e tratamento gratuitos para sífilis. O tratamento é feito com injeções de benzetacil, aplicadas na própria unidade.

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