Anne Casais é acusada de integrar quadrilha que aplicava golpes em vendas online e de lavar dinheiro para o Comando Vermelho; defesa nega

Reviravolta no caso que ficou conhecido pelas autoridades como o da dama do crime: em menos de 24 horas após ser presa na operação Reversos, da Polícia Civil do Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais e da Agência de Inteligência da CJUSP , Anne Casais, de 38 anos, apontada como a dama do crime, vai responder ao processo em liberdade
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Ela foi detida por força de um mandado de prisão expedido pela Polícia Civil do Mato Grosso, no âmbito de uma investigação sobre uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em vendas online e redes sociais, causando prejuízos estimados em R$ 800 mil.
A apuração indicou que valores oriundos desses golpes eram depositados na conta de Anne Casais. A Polícia Civil de Minas Gerais também aponta Anne como uma intermediária do Comando Vermelho em todo o país, atuando na lavagem de dinheiro da facção criminosa.
Na audiência de custódia, o juiz Moacir Rogério Tortato, da Justiça do Mato Grosso, considerou que a investigada estava em Belo Horizonte para realizar tratamentos médicos e que, embora houvesse transferências de dinheiro para sua conta, segundo o magistrado, não eram valores exorbitantes.
A decisão também levou em conta o fato de Anne ser mãe de uma criança pequena e seu estado de saúde, já que ela havia passado recentemente por uma cirurgia estética. Com isso, Anne Casais passa a responder ao processo em liberdade.
O que diz a defesa
O advogado de defesa da investigada, Marco Assis, comentou a decisão da Justiça: “Desde o primeiro momento, sustentamos que se tratava de uma medida injusta e desproporcional, sem amparo nos requisitos legais. O que presenciamos foi uma medida extrema, decretada sem a devida cautela e sem o respaldo necessário nos autos. Assim que tive acesso à decisão que determinou a prisão preventiva, ficou ainda mais evidente a fragilidade da fundamentação. Foi com base nisso que realizamos um trabalho técnico sério e incansável para restabelecer a liberdade e preservar os direitos da minha cliente ainda nesta data.”
Nenhuma medida cautelar foi determinada. “Como não foi encontrado nada ilícito nos endereços relacionados a ela, o juiz acolheu nosso pedido e revogou a prisão. Não foi estabelecida nenhuma medida cautelar, especialmente porque ela estava em Belo Horizonte exclusivamente em razão do tratamento médico”, acrescentou o advogado.
Sobre as acusações da Polícia Civil de que Anne seria um elo de integração do Comando Vermelho e atuaria na lavagem de dinheiro da facção, a defesa nega “veementemente”.
“São fantasias da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Primeiro, porque esse inquérito que resultou na prisão dela por menos de 24 horas não tem qualquer correlação com o Comando Vermelho ou outra facção criminosa. Minha cliente não possui relação, contato ou envolvimento com qualquer organização criminosa no Brasil”, finalizou.