Sofia, primogênita da cantora, faleceu no dia 5 de fevereiro, três dias após o parto
Lexa, em entrevista ao Fantástico deste domingo (23)
Reprodução / Globo
Em entrevista ao Fantástico, neste domingo (23), Lexa e o marido, Ricardo Vianna, conversaram com o doutor Drauzio Varella sobre a perda da filha, Sofia, que faleceu no dia 5 de fevereiro.
Diagnosticada com pré-eclâmpsia, a cantora revelou sua luta para manter a gravidez diante da condição. “O médico entrou e falou assim: ‘Olha, eu preciso te falar isso, mas, na medicina, a gente sempre vai escolher a mãe’. E aí eu falei: ‘Eu vou até o meu limite, se possível’. E eu realmente beirei a morte tentando salvar minha filha”, disse ela.
“Essa dor… A impressão que eu tenho é que não vai ter um dia da minha vida em que eu não vá chorar. É muito difícil.”
Lexa
A gravidez da artista foi revelada nas redes sociais em outubro do ano passado, três meses depois dela descobrir que esperava um bebê. Lexa contou que a gestação foi planejada e que sempre seguiu à risca o pré-natal. “Foi um sonho muito calculado, muito desejado e muito mentalizado. Não foi uma criança que veio de surpresa, que foi sem querer, que eu não queria… Não, eu queria muito”, declarou. “Tudo foi muito assistido desde o início. E imediatamente eu comecei meu pré-natal. Eu segui um pré-natal à risca, à risca, à risca”, continuou.
Ela seguiu com sua agenda de trabalho sem grandes complicações, mas alguns alertas começaram a surgir: “Meus exames estavam todos ok, mas minha pressão sempre dava 12 por 8, 13 por alguma coisa, e isso incomodava a Camila, minha médica. Ela falou: ‘Faz um exame para a gente ver qual é o seu índice para pré-eclâmpsia’. Eu fiz e veio com alto índice de risco.”
Após ser diagnosticada, a artista foi internada com 24 semanas na Maternidade Santa Joana, em São Paulo. “Eu estava ali lutando, semana a semana, para segurar a gestação, porque sabia que, quanto mais tempo a Soso ficasse na minha barriga, maior seria a possibilidade de vida dela.”
Lexa ficou 17 dias internada, sendo quatro na UTI. A cantora ainda desenvolveu a síndrome de HELLP, uma forma grave da pré-eclâmpsia, que coloca a vida da gestante em risco.
“Eu lembro de sentir uma dor de estômago muito forte, minha dor de cabeça não passava. Minha mão já estava de um jeito que não fechava mais. Meu fígado começou a entrar em falência. Não tinha mais para onde ir, nem para mim, nem para ela.”
Lexa
Com o agravamento do seu estado de saúde, o parto de Sofia foi marcado imediatamente. A bebê nasceu no dia 2 de fevereiro, mas faleceu três dias depois. “Minha filha nasceu com todas as complicações que eu estava sentindo. Ela nasceu com rins comprometidos, com fígado debilitado, com a pressão alterada. Muito pequenininha, mas muito linda”, explicou ela.
Ricardo Vianna, marido da cantora, também falou sobre o sentimento de perda: “O que mais me dói como marido e como pai é não poder fazer nada. Estar dentro de um hospital, ver minha filha entubada e não poder mudar aquela situação. Ver minha mulher que, de repente, com mais um dia de gestação, poderia não estar mais do meu lado. Então, a gente é muito pequeno.”
Sem conter as lágrimas, Lexa desabafou sobre o luto:
“Estou vivendo a minha dor, e ela é grande, parece não ter fim. Mas é um processo, e eu sei que, em algum momento, preciso juntar meus cacos, meu quebra-cabeça sem peça e continuar. Voltar a fazer o meu trabalho, voltar a fazer o que me faz feliz também. Meu trabalho me faz muito feliz. O final não foi do jeito que eu queria. Eu entendi que, na vida, a gente nunca tem controle. Mas eu creio, eu creio mesmo que coisas boas acontecerão.”
Pré-eclâmpsia
O doutor Drauzio Varella explica que a pré-eclâmpsia é uma condição grave. Normalmente, uma de suas manifestações é o aumento da pressão arterial, mas ela também pode afetar rins, fígado e até o cérebro. Trata-se de uma doença rápida, perigosa e silenciosa.
O que é a síndrome de HELLP?
HELLP é uma sigla em inglês:
- H – Hemólise, ou seja, destruição dos glóbulos vermelhos dentro dos vasos sanguíneos;
- EL – Elevação das enzimas hepáticas, indicando que o fígado está sofrendo;
- LP – Queda no número de plaquetas, o que pode levar a hemorragias.