Na porta de um açougue, na zona oeste de Belo Horizonte, os consumidores avaliaram um cenário de momento
O preço da carne de boi deve voltar a subir depois da Semana Santa. Conforme a especialistas, dois fatores devem provocar a elevação de preços da carne vermelha: o fim da Quaresma e a abertura da exportação de produtos para quase 40 frigoríficos da China — reduzindo assim o estoque de carne para o público brasileiro.
Na porta de um açougue, na zona Oeste de Belo Horizonte, os consumidores avaliaram o cenário de momento. André Barcelos, de 54 anos, afirmou esperava uma queda de preços maior na carne nos últimos 40 dias: “Não abaixou não, é o mesmo preço. Veremos após a quaresma”.
Minalda Dias, de 43, está com medo de não conseguir comprar a carne que mais gosta se o preço aumentar depois da semana santa. “Adoro um bife de boi, mas, pelo jeito, daqui a pouco não vai ter como comer. O povo só vai comer ovo”, disse.
O diretor do site de pesquisa Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, explica a tendência de aumento na carne vermelha após essa ampliação das exportações à China. “A carne bovina que, nos últimos 21 dias, chegou a cair até 7% como aconteceu no quilo do filé mignon, que era R$66,60 e, agora, passou a custar R$61,83. Sem dúvida, isso vai reverter. Com a oferta chegando aí para China e a China comprando mais, tenhamos um comprador externo muito forte para concorrer com, nós, que somos os compradores”, disse.
Por outro lado, as entidades garantem que, apesar desta estimativa de elevação de preços da carne, o produto deve se manter no mesmo valor nas prateleiras. Quem em detalhe é o motivo é analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária, Minas Mariana Simões.
“Essas exportações que já vem alcançando volume recorde nos primeiros meses do ano não devem alterar significativamente as cotações do produto, uma vez que a gente observa uma redução no preço pago pela tonelada em relação ao que já foi pago em um passado pela China. Agora, com o fim da Quaresma, tende a ter a retomada do consumo por alguns brasileiros, mas ainda a alta oferta da matéria-prima. Com isso, o preço na prateleira para o consumidor não deve sofrer grandes alterações assim como o preço pago ao produtor rural”, explicou.